Leia o texto
e deixe que ele penetre a sua alma. Aí, decida como você vai começar seu dia amanhã....
José é o
tipo de pessoa que todos adorariam detestar. Ele está sempre de bom humor e tem
sempre uma palavra positiva para qualquer pessoa. Quando alguém lhe pergunta
como ele está, lá vem a resposta: se melhorar estraga.
Era um tipo
único. Era único gerente que todos os garçons seguiam onde quer que
fosse. A razão porquê os garçons o seguiam de restaurante em restaurante era a
sua atitude . Era um motivador natural. Se um funcionário seu estivesse tendo
um dia ruim José estava lá para lhe dar uma palavra de apoio e principalmente
para lhe mostrar o lado positivo da situação. Vendo o seu estilo fiquei
realmente curioso e, um dia, lhe perguntei: Não consigo entendê-lo. Você
não pode ser sempre positivo, o tempo todo. Como é que você faz?
José
respondeu: “Cada manhã eu acordo e digo para mim mesmo José, você tem duas
escolhas hoje. Você pode escolher ficar de bom humor ou você pode escolher
ficar de mau humor. Eu escolho ficar de bom humor. Cada vez que algo ruim
acontece eu posso escolher se serei a vítima ou poderei aprender algo da
situação. Eu escolho aprender. Cada vez que alguém se lamenta para mim eu posso
escolher se aceito seus lamentos ou posso apontar o lado positivo da vida. Eu
escolho apontar o lado positivo da vida.
É, tá bom,
mas não é tão fácil assim, eu protestei. É sim, José falou. A vida é uma
questão de escolha. Quando você separa o joio do trigo, sobra a escolha. Você
escolhe como reagir à uma determinada situação. Você escolhe como os outros o
afetarão no seu dia a dia. É você que decide ficar de bom ou mau humor. O mais
importante é o fato de que é você quem decide a sua vida.
Fiquei
refletindo sobre o que José me tinha dito. Posteriormente, deixei o ramo
de restaurantes e me dediquei ao meu próprio negócio, perdendo assim contato com
José, mas muitas vezes eu me lembrava dele, principalmente quando tomava
atitudes referentes à minha vida ao invés de ser levado por ela.
Alguns anos
se passaram e eu ouvi dizer que o José fez uma coisa que nunca se
deve fazer num restaurante – deixou a porta destrancada , possibilitando assim
a entrada de um bando de vagabundos que queriam assaltá-lo. Os homens estavam
armados e obrigaram-no a abrir o cofre, porém, devido ao nervosismo José
não estava conseguindo abri-lo, o que fez os ladrões dispararem a arma contra
ele. Logo após , os ladrões entraram em pânico e fugiram, abandonando-o no
chão. Por sorte, José foi encontrado logo e a ambulância foi solicitada. Depois
de 18 horas de cirurgia e de vários dias na unidade de terapia intensiva José
pode sair do hospital, ainda que com estilhaços das balas no corpo.
Encontrei-o
seis meses após o acidente. Quando lhe perguntei como estava, ouvi a célebre
resposta – Se melhorar estraga. Quer ver minhas cicatrizes? Eu declinei,
gentilmente porém perguntei o que lhe passou pela cabeça quando o roubo
estava acontecendo. José não teve a mínima dúvida – Eu devia ter fechado a
porta - ele respondeu. Aí, quando eu fui baleado eu pensei – agora eu tenho
duas escolhas – ou eu vou viver ou vou morre. Eu escolhi que vou viver.
Você não ficou
com medo ? eu perguntei. Você perdeu a consciência?
E José
continuou... Os enfermeiros foram bárbaros – continuavam me afirmando que eu
ia sarar e que tudo ficaria bem. Porém, quando dei entrada na
sala de emergências e vi a cara dos médicos e das enfermeiras, eu fiquei
verdadeiramente assustado. Nos olhos deles eu lia – “esse aí já era, é um homem
morto”. Aí eu sabia que tinha que fazer algo.
E o que foi
que você fez? perguntei.
Bem, disse
José, tinha uma enfermeira enorme que ficava gritando comigo e fazendo
perguntas. Quando ela me perguntou se eu era alérgico disse a ela que sim. Aí
todos pararam o que estavam fazendo para ouvir o final da desgraça. Eu
respirei fundo e berrei: Sou alérgico a tiros de revolver! Todos morreram de
rir. Aí eu disse: eu decidi viver, por favor doutor, me opere como se eu fosse
um homem vivo e não morto.
José
sobreviveu graças à perícia dos médicos e aos cuidados de todos mas
principalmente por sua surpreendente atitude.
Naquele dia
eu aprendei com José que todos temos a chance de escolher como vamos
viver. No final das contas tudo é uma questão de escolha.
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